Viver com todos os sentidos.
"Durante os primeiros 10 minutos de caminhada, eu procuro apenas olhar. O que vejo à frente? Eu percebo diretamente a paisagem, os prados, os campos, as flores, cada árvore; olho para o céu com seu jogo de nuvens. Não é uma observação curiosa, os olhos não se detêm lá e cá. Em verdade, estou na plenitude do panorama. No panorama, admiro a beleza da criação e, na criação, vejo o próprio Criador. Por isso é que, para os gregos, a visão era o mais importante dos sentidos.
Eu não observo como espectador, e sim de modo a tornar-me um com o que observo. Enfim, estou em contemplação: na observação daquilo com que me deparo, vejo o mistério divino, vejo os elementos a partir da base e, na base, enxergo o Criador. E contemplar também significa olhar interiormente, olhar para a nossa própria luz interna. A luz do sol conduz meu olhar à luz interior da minha alma. Ali vejo Deus, não como uma imagem determinada, mas como a base primordial de todas as imagens."
Livro: O Poder do Silêncio.